quinta-feira, 22 de julho de 2010

World in flames ;)

Podia-mos ouvir os gritos e o barulho do fogo, consumindo o gramado até colina, levando consigo tudo pelo caminho.

Era noite, mas brilhava claro como um show de fogos de artifício. Eu queria olhar, mas ele tapava os meus olhos para me proteger, podia apenas ver a claridade a cada explosão, ou a cada casa que caia.

- Estamos seguros aqui.

Eu não estava preocupada. Na verdade, queria apenas ver.
Puxei sua mão do meu rosto e dei um passo para frente. Podia sentir o calor que tomava conta da noite.

- Podemos ir lá fora?

- O que você quer indo lá fora? É perigoso. - perguntou.

- Eu quero sentir mais de eprto o que está acontecendo.

O mundo podia acabar daquela forma que eu não ligaria, era lindo de se olhar, quase delicado. O fogo tomava conta de tudo em um abraço apertado. O gramado cantava uma canção de paixão enquanto a colina dançava e os gritos das pessoas no cmainho eram apenas a platéia sendo dominada.

Ele me abraçou por trás e eu novamente me afastei.

- Talvez seja-mos os únicos sobreviventes da ilha toda, o que iremos fazer?

Dei os ombros e não respondi.

- O mundo queimando lá fora e você é tão fria.

domingo, 18 de julho de 2010

black silence white noise

Sair de casa naquele frio da manhã e encarar a garôa me causa uma angústia quase que relaxante.


Não sei explicar exatamente, mas é como se eu sentisse certo mistério no ar, ainda não está totalmente claro e o vento parece tão mais vivo, quase que desafiador.

Esse tipo de manhã me da saudade de algo que não conheci ainda, uma sensação mística toma conta de mim a cada passo.

Contra o vento sou acariciado pela chuva enquanto entro numa espécie de transe.


Foi num momento como esse que tudo começou. Numa manhã dessas que me senti diferente pela primeira vez, olhando pro céu completamente tomado pelo clima amargo.

Comecei a enxergar de uma forma diferente. E mais importante, comecei a escutar uma voz dentro de mim, martelando dentro da minha cabeça, contestando e perguntando porque.

Desde então, essa voz é a unica que eu escuto, a unica que faz sentindo pra mim.

Será que estou louco ou todos deveríamos ter uma voz dentro de nós?
Por um tempo essa voz foi tudo que tive. Só com ela eu consegui ter algum valor.

Mas a voz tem ficado em silêncio e incomoda profundamente o quanto ela está calada.

Se antes sentia vazio por ela falar o tempo todo e não deixar mais ninguém ter espaço, agora me desespero enquanto percebo o quanto sou comum sem ela.

Comum.

Essa palavra me assusta mais que qualquer outra. Um calafrio cruza meu corpo enquanto me imagino ordinariamente.

Eu posso ver através de você, consigo enxergar nas suas palavras, o quanto você não tem mais nada a acrescentar.

Quantas e quantas eu já não passei por isso.

Mas agora é diferente, a voz se calou.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Hole in my soul

Não sou o cara que vai pagar a conta quando te chamar pra sair.

Provavelmente metade do que eu disser, talvez tudo, vai soar meio esquisito.

Vou tentar inventar apelidos para você, na maioria deles você vai rir, provavelmente se você odiar algum, só usarei aquele.

Em algum lugar estranho e grátis que eu terei inventado pra ir, vou querer que o final sempre seja igual, na verdade estou tentando pular algumas etapas com isso. Talvez economizar algum tempo e dinheiro.


Não é que eu não ache que você vale a pena, porém, não sei o que estou fazendo. Simplesmente sigo o jeito que, pra mim, parece o mais divertido. Embora nenhum de nós irá conseguir explicar como.


Não vou te levar pra lugares chiques ou tentar lhe impressionar com algo que eu tenho. Só quero te oferecer companhia. Por que é só isso que eu quero de volta.

Talvez eu pense que o resto é apenas uma consequência, ou aperitivos para camuflar o tédio. Talvez eu apenas não tenha tudo isso.

Não quero penar no futuro, mas quero que você saiba o que queira e espero que você pretenda conquistar parte disso, sozinha.

Claro que eu tentarei te mudar durante o caminho e não dará certo. Você talvez se acostume com o fato deu ser completamente maluco, na visão de qualquer pessoa que não seja e de algumas que são.

Mas posso afirmar, que em qualquer caminho, seja fácil ou simples, seja dolorido ou traiçoeiro, você não conseguirá encontrar nesse mundo material a intensidade que eu sinto na alma.

From out of here!

Não consigo vencê-la, entre todos os mundos e planetas que explorei, nunca vi nada parecido.

Parece que ela é que veio explorar, a mulher de outro planeta aterrissou no meu e não quer mais deixá-lo.


Sua presença incomoda o meio ambiente daqui, o ar está diferente, a aguá tem um gosto esquisito e o clima não é mais o mesmo.

Passo o dia imaginando onde ela está e o que está fazendo, quando a vejo quero adivinhar o que ela pensa, mas sinto como se não soubesse nada sobre sua espécie.

Meço minhas palavras, cada uma sai mais forçada que a anterior, querendo ser interessante, mais não sei o que a interessa.

Não que eu tenha medo do que está acontecendo, mas ao contrario do que se espera, estou incomodado, começo evitá-la já que sua presença faz com que eu não relaxe.

Quero que ela vá embora, que volte para sua nave, seu mundo, sei lá e nunca mais apareça aqui, mas não sei o que faria se ela o fizer.


Fecho os olhos e deixo-a invadir o meu espaço, não me defendo, embora esteja entorpecido por ela, não consigo relaxar, penso em milhões de coisas.

Penso em não ser eu mesmo, em melhorar, em explodir.

Mas uma coisa é certa, eu não quero sair daqui.

sábado, 3 de julho de 2010

Hell On Earth

Mesmo após todos esses anos, eu ainda me lembro do exato momento que cheguei no inferno.

Era muito menos vermelho do que eu esperava. Na fila as pessoas assustadas, pois não tinham certeza de onde estavam entrando e muito, como eu, não sabiam nem o porque.


Não era como se tivesse uma lista, mas todos que estavam ali tinham que esperar sua vez para entrar.

Depois de passar pelos portões, eu não ouvi gritos e nem haviam demônios enfurecidos atrás das pessoas, simplesmente não havia muita coisa.

Eram pessoas sozinhas, vagando, sem saber o que procurar. O chão de pedra e terra, sempre molhado, sempre gelado e os pés sempre descalços.

Sem lugar para sentar e as paredes sempre fervendo, para que nós nunca pudéssemos nos apoiar.

Não era tão violento como diziam, ainda mais porque não havia o que roubar de alguém e todos estavam tão sozinhos que não havia motivo para tentar machucar mais ainda alguém, no inferno ninguém têm nenhum ente querido, nenhuma amado, nenhum conhecido.

Não existe mais tempo, mas ele continua passando. Não existe mais corpo, mas você continua sentindo.

Vagando e vagando, sem dormir ou comer. Com os olhos vidrados nos corpos nús, fracos e empalecidos.

Eu nunca consegui olhar no olho de outra pessoa aqui e aposto que elas também não conseguem, não conseguimos. Não olhamos para os outros, sabemos que estamos lá, mas é como se não fizesse diferença.


O tempo era apenas um desperdício, sem anda ser produzido, exatamente como minha vida anterior.

Sem se importar com o próximo, exatamente como o mundo do qual vim.

Aqui não existem mais preocupações, porque não sabemos o que estamos fazendo, apenas sinto uma tristeza enorme por estar aqui, sem não saber exatamente se eu merecia.

Talvez não seja tão pior do que a vida que eu tive, já que a dor constante é quase igual.
Doía muito viver, então ainda devo estar vivo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dream of Mirros

Não entendo como, mas você está aqui.

Simplesmente surgiu.

É claro que eu sei que estou sonhando.

Como poderia aceitar que alguma vez você estivesse aqui comigo novamente?

Olhando para mim, deitada ao meu lado como se nada tivesse acontecido.

Como se o tempo não tivesse passado e eu nunca tivesse ficado sabendo de nada.

Olhando pra você, do jeito que te sonhei.

Sei, pela falta de detalhes e pela minha felicidade, que nada disso é real.

Não consigo ver nada que não seja perfeito em você. Ainda mais nesse mundo, que eu tanto quis que você me levasse. Para bem longe daqui.

Seu cabelo de ouro continua brilhante como eu lembrava e seu olhar ainda faz eu acreditar no nosso amor.

Não tenho medo de acordar, mas queria ficar aqui por mais tempo.

Quase que como um perdão imaginário tento te abraçar mais um pouco e esqueço que não controlo o que está acontecendo.

Sinto que não é você , pois não sinto seu cheiro e pior ou melhor, seus olhos parecem verdadeiramente carinhosos.

Tudo brilha dourado, tudo reflete seu cabelo, mas acordo no escuro.

Não sei se é bom ou ruim, mas sei que agora é de verdade.

Nenhum barulho nem aqui e nem lá fora, então não me mexo, com um pouco de sorte eu volte a dormir.