segunda-feira, 22 de novembro de 2010

I wanna love ya baby

Queria voltar aos dias que não aproveitei e gastar melhor o tempo que passei.

Olho ao meu redor há anos... E vejo sempre as mesmas coisas.

Mudei tanto e continuo no mesmo lugar. As mesmas paredes, só que com cores diferentes.

O mesmo teto, sempre tão sem graça.

Me gabando de ler o mundo e entender coisas que nem eu sei explicar.

Um estranho em uma terra na qual julgava desvendar.

Espalhando palavras e jogando ideias em cima dos outros.

Quantas pessoas eu falhei em mudar?

E quantas mais eu falhei em marcar?

Estou sumindo e ninguém parece perceber.

Já que nada parece mudar com isso.

As paredes apenas mudam de cor outra vez, mas eu sei que ainda são as mesmas paredes.

Sinto saudades de não sentir o tempo passado, o mundo girando e sempre alguém diferente ao meu lado.

Preciso dar um jeito de encontrar um ar novo pra respirar, algo que não sei como encontrar.

Quero muito juntar os cacos dos meus amores passados e construir algo que me faça bem.

Começar algo novo em que eu não precise de mais ninguém.

Mas fechado nessas paredes que estou cansado de olhar, percebo que de tudo que aprendi, nenhuma dessas coisas foi amar.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

hoLLoW HearT

Sozinha, tentando encontrar as palavras pra dizer, depois de tudo que havia dito não ter servido pra nada.

Era como se nenhuma palavra tivesse um significado forte o suficiente, como se nenhuma palavra pudesse quebrar o feitiço.

Sentia, como se todos a vissem oca, como se só a superfície importasse.

Queria acreditar que estava enganada. Mas a cada canto, em cada esquina, em cada olhar que recebia, sentia-se despida.

Vivia em um mundo de aparências, de sorrisos brilhantes que já não pareciam tão sinceros.

Queria encontrar um refugio, nesse mesmo mundo que a açoitava.

Dentro de si, carregava bem escondido, algo que não sabia definir, que nunca havia visto antes. Mas sabia que estava lá.

Acreditava que talvez alguém a ajudasse a descobrir o que era, que alguém pudesse talvez, libertar de dentro dela aquela sensação.

Tinha medo de que demorasse muito.

Preferia ficar em casa, sozinha, mesmo que desejasse muito estar lá fora. Mas não podia suportar mais as coisas acontecerem daquela forma.

Sua prisão era ela mesma, algo que seria impossível de fugir.

Como desviar de olhares que revelam pensamentos? E como acreditar em palavras que não eram nada além de palavras?

O mundo girava, mudava de lugar e em qualquer parte dele tudo acontecia igual.

As pessoas eram as mesmas, mesmo com rostos diferentes e ficava cada vez mais difícil tentar disfarçar.

Tinha vontade de nunca mais precisar encarar o mundo, mesmo sem saber viver sem ele.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Hate the player

Ando vivendo no passado, aquele mesmo passando que quando era presente parecia tão sem graça.

Na última semana me peguei várias vezes viajando, completamente entorpecido por pensamentos que remetem aos meus últimos três ou quatro anos, fico tentando pensar em todas as mulheres que passaram na minha vida e tentando juntar algo de útil nisso tudo.

Mas na maioria das vezes apenas sinto certo arrependimento.

Tenho vontade de ligar pra algumas delas e perguntar como estão, mas na grande maioria dos casos eu não seria bem vindo e quando fosse, teria grandes chances de acabar fazendo a mesma coisa com elas de novo.

Hoje é sexta e não tenho ninguém que eu possa ligar, minha noite se resume a ficar jogado na frente da TV me punindo com a programação horrível de sexta feira.

Parece que os piores programas são exibidos justamente nos horários que você mais precisa da televisão e ela zomba da sua cara passando esse lixo, tentando te expulsar de casa, martelando sua cabeça para você sair.

Eu acho que todo mundo deve ter essa fase, esse período sem motivação alguma, sem nenhum objetivo empolgante, é nesses momentos que você pensa no seu glorioso passado de mentira e como você faria diferente se pudesse.

Parece que eu me viciei nesse ciclo, que eu mesmo me condenei a isso, talvez aquele papo todo de conspiração seja apenas uma maneira que tenho pra me esconder, sei lá.

Será que quero passar essa parte da minha vida apenas com vagas memórias descartáveis?