quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

para nunca mais voltar...

O amor não anda mais do seu lado.

Em algum momento dos anos anteriores vc e ele separaram-se e, por alguma razão, não conseguem mais andar juntos.

Não é que vc tenha desistido, só que as vezes parece que não vale todo o esforço e que cada vez precisa de mais esforço por menos resultado.

Antes de ir embora em definitivo, olhe pelo menos mais uma vez. É só para ter certeza.

Nós dois sabemos que certeza é importante em uma situação dessas, ainda mais com o jeito que vc transforma tudo.

Eu sempre lembro de vc me dizendo: - Não posso fazer isso sem você.

Não sei se vc precisava de mim ou se precisava do que eu sabia fazer. Mas fiz mesmo assim.

Eu acho que vc se arrepende e que durante esse ano todo se culpou.

O rosto delas ainda te assombra, não?

Eu também acho que elas tinham que sumir, parecia a coisa certa a se fazer e fizemos.

Mas agora que vc não está mais aqui, todas elas estão de volta e pode parecer incrível, mas elas trouxeram uma certa paz.

O amor deixou vc pois ele era ignorado, era tratado como desejo e expressado como uma simples vontade.


Agora as mentiras podem ir embora junto com ele, podem deixar as desculpas e as perguntas sem respostas todas para trás. Talvez quando elas encontrarem ele lá longe irão avisa-lo que ele pode voltar...

sábado, 26 de dezembro de 2009

2010

Não te conhecer tem movido minha vida. Preparei-me tanto tempo para que quando você chegasse eu fosse a melhor versão possível de mim mesmo, mas você simplesmente nunca aparece!
Eu neguei isso tantas vezes, quanto recomecei a acreditar. Enquanto eu não queria te encontrar, eu buscava você em outras coisas, procurei em lugares que eu não iria encontrar nunca.
Conspirei, lutei, quebrei, desisti, venci, apareci e no final esqueci.
Poderia existir alguém nesse mundo capaz de me fazer virar as costas pro mundo, já que eu não quero seguir esse fluxo.
Como todos de nós eu me perdi muito mais do que me encontrei. Elas não conseguem ver o que eu vejo, eles não podem sentir o que eu sinto, mas isso nesse mundo não vale nada.
O fluxo engole a todos que vão contra ele, embora a idéia de segui-lo assuste a todos, ficar fora dele parece um desastre muito maior. Eu tentei juntar um pouco de cada mundo, sentir-me parte de coisas que eu julgava precisar ou que me foram ditas necessárias, mas quem sabe o que é preciso?
Querida desconhecida, estamos todos completamente à deriva, boiando num oceano infinito de incertezas e padrões inventados.
As minhas conspirações são fantasmas que eu carrego, mas com certeza para muita gente esses meus fantasmas não os assustaria.
Não posso afirmar nada com exatidão, ao contrario do que todo mundo pensa conseguir, mas uma coisa eu tenho certeza, quando eu olho nos olhos da minha geração eu vejo que temos o controle para mudar o mundo, mas não temos a menor idéia do que fazer com isso.
Eu colecionei muita gente até aqui, cada pedaço de beleza que elas possuem é uma demonstração de poder para você minha doce desconhecida, eu faço isso por mim, mas isso faz eu me sentir bem por você.
Quero sentir o que eu quero que você sinta por mim.
Quero que você veja, guardo na memória cada detalhe que você detestaria saber sobre mim.
Ter sido fraco e perdido me marcou tanto, por que será que uma fase tão insignificante me marcou dessa forma? Ela reflete em tudo, faz eu nunca baixar a guarda com medo que ela volte, e mesmo que ela não volte, parece que ela nunca se foi e a fase boa nunca chega de verdade.
Todas essas pessoas perfeitas circulando a minha vida e tentando me dizer que eu as venci me deixa mais próximo de você, enquanto você pode nem ter existido.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O novo desafio, de novo

Está na natureza de alguns, e eu sou um deles, não que eu goste de conquistar, apenas preciso.
Encontrei na conquista a minha sobrevivência, precisamos nos viciar em algo e encontrei nela a minha resposta.
Não consigo encontrar uma mulher que me faça parar de olhar para as outras, que me faça satisfeito a ponto de não imaginar como seria a grama do vizinho.
Hoje saio com o coração fechado, a boca e os olhos bem abertos com falsas palavras e olhares de mentira.
Mas o mais importante, a máscara está de volta, sinto que ela me protege.
Enquanto perco a noção da realidade e as luzes e batidas camuflam o que vejo fecho os olhos por um segundo e respiro fundo.
Agora faço como todos vocês e paro de pensar enquanto apenas procuro alguém que irá fazer de conta que a noite não foi um desperdício.
Vejo a noite indo embora enquanto me afogo na escuridão e nos acontecimentos que em nada irão me marcar, sejam bons ou ruins.
Sorrio e olho as pessoas em volta, assim como elas me olham e querem ser olhadas, nós todos fazemos a dança da conspiração.
As luzes e a música, os cheiros e os gostos, as roupas e toda carne no ar, todos estão juntos, mantendo a falsidade viva por mais uma noite.
Ela é ou foi só mais uma, e eu não fui muito mais que isso.
Sinto-me tão perdido de novo, deve ser por que estou de volta ao meu lar.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Não sei dizer.

Idealizando sorrisos com os olhos fechados e os rostos virados para o céu.

Olhando para os próprios pés, passo a passo, no circulo diário.

Sem escutar o mundo ao redor, fechado em sons que foram escolhidos.

Querendo sair pro mundo e quando lá fora, querendo voltar.

- Eu reparei que não sinto mais cheiros. - Disse para ela.

- Que tipo de comentário é esse? O que você quer que eu diga? - Ela respondeu.

- Não sei, talvez me dizer que você também não sente. - Disse agora mais devagar.

Claro, que eu sinto cheiros. Cada dia você me diz algo mais estranho - Ela respondeu, com o rosto contorcido.

- Não sei se é pra chamar a atenção, ou se estou realmente passando por isso, mas não sinto mais um monte de coisas. Talvez tenha apenas reparado nos cheiros, por que sinto falta deles. - Continou mais devagar ainda.


Caminhando de forma preguiçosa enquanto a chuva começa a cair.

Todos os dias, tentando aumentar o cansaço.

Dormir fica realmente difícil quando falta alguma coisa, geralmente quando tem coisas demais também.

- Nunca pensei que fosse terminar dessa forma. - Resmungou tentando parecer triste.

- É nem eu, mas não acabou ainda. - Ela disse sem parecer saber o que dizia.

- Talvez eu sinta os cheiros ainda, apenas não esteja prestando atenção neles. - Voltando a falar devagar

- Do que você está falando? Ela quase não perguntou

- Do que sempre estive falando, mas ninguém nunca escuta. - Respondeu tentando conseguir uma pergunta que quisesse responder.

- Claro que não, que tipo de assunto pode ser esse? Como alguém vai dar atenção para algo tão absurdo como a sua falta de olfato? - Contorcendo o rosto novamente.

- Não é falta de olfato, viu? Você não entendeu do que eu estou falando. - Juntando-se a ela.

- Ah não? Então me explique, quero ouvir. - Gesticulou no ar enquanto se aproximava.

- Não adianta não faz mais diferença agora. Nem eu sei do que eu quero falar. - Respondeu ele fechando os olhos e torcendo a boca em negação.


Voltando sem companhia, imaginando a hora de acordar amanhã.

Mas o amanhã nunca chega, sempre que acorda tem que engolir o hoje.