domingo, 25 de abril de 2010

First Date with Misery

Era mais uma noite daquelas. Meu amigo dirigindo meu carro, por que eu tinha vergonha de aparecer atrás do volante daquela coisa horrorosa.

Também tinha o fato de que eu não confiava em mim bêbado, mas ele se saia muito bem.

O objetivo sempre era o mesmo, ficar maluco e encontrar alguma coisa pra me agarrar. de preferência bonita.

Ele havia me levado até ali com a velha frase: "Vou sair com uma garota e ela vai levar uma amiga". Não era difícil aceitar.

É bem simples na verdade, se ela for bonita dificilmente ela não vai querer alguma coisa, ainda mais por que ela sabe pro que está indo.
Agora se ela for feia, qualquer desculpa serve pra você ir assim mesmo, sai pra beber, estou aqui apenas trocando ideia.


Então chegamos e a amiga era realmente alguma coisa de se prestar a atenção. Mas a tal da garota que meu amigo estava lá para encontrar ofuscava essa tal amiga completamente.

è uma situação chata quando isso acontece, por que você nunca vai querer passar por cima do sue amigo, mas no fundo a vontade é enorme.

Você jura que ela está te olhando por um segundo a mais quando te escuta contar alguma história maluca ou uma piada que só vai ter graça naquele momento.

Essa, talvez, ilusão sempre é cortada quando eles se beijam, quase que por obrigação. é quando se olha pro lado e pensa que a amiga é bem mais ou menos, talvez menos ainda.

De qualquer forma, a cada gole de cerveja e a cada momento que vai indo embora, vai ficando difícil ir embora de mãos vazias. E é por isso que a hora de ir embora é a mais importante de todas, é quando você tem que suar alguma frase mágica para que a noite não termine ali, no estacionamento com cada um indo para um canto.

Geralmente essa frase deve remeter à algum assunto abordado durante as conversas que ocorreram no tal do encontro.

Eu sempre deixava essa parte com meu amigo, ele era mais cara de pau. Eu me fazia do bonito mas tímido e ele era o que fazia a cosia acontecer, acho que ele sempre foi mais seguro do que eu nesse aspecto, embora ele nunca percebesse.

"Vamos pra onde agora?"

"Não sei, mas não to com sono."

Bingo! Só falta a frase mágica agora.

"Ah, podemos comprar umas bebidas e ir no tal do motel que sua amiga diz que nunca foi."

"Haha! Não dá, ela só tem 17 anos!"

"Deixa comigo, entra no carro que eu sei o que fazer..."

Eu sempre adorava a maneira que ele convencia elas parecendo que estava fazendo um favor.

Pronto, uma semi aventura e um objetivo cumprido. Pelo menos por hoje a noite.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

I hate you more than you think

Fiquei acordado, fingindo que dormia até ela ir embora.

Eu não podia suportar mais nenhum tipo de conversa ou podia até ser pior, ela podia querer passar a noite toda aqui.

Mas acho que ela sabe o quanto dura a minha vontade de tê-la presente.

Ela andava pelo quarto, procurando suas roupas e eu me sentia observado.

Era difícil manter os olhos fechados, eles estavam leves como plumas. Eu aposto que ela conseguia vê-lo se mexendo por baixo das pálpebras.

Estava escuro, mas não o suficiente para que eu pudesse sentir-me escondido pela falta de luz.

Ela terminou de se vestir e sentou no canto da cama. Eu queria tanto que ela sumisse, que me deixasse em paz até a próxima vez.

Antes de se levantar ela hesitou e eu abri um pouco os olhos, o suficiente para ser descoberto.

- Você está acordado?

- Mais ou menos.

- Eu preciso falar com você.

- Agora não, por favor.

- Até quando vamos continuar fazendo isso, sem nunca conversar. Precisamos definir algumas regras?

Ah meu deus! Como eu não precisava de uma conversa daquelas. Precisava urgentemente pensar em algo para me esquivar, mas não consegui pensar em nada.


- Nós não podemos ficar juntos e você sabe disso.

- Eu vou contar pra ele e ficarei livre.

- Contar pra ele? Você tá maluca?

- Não vou contar por você, vou contar por mim.

- Ele nunca pode ficar sabendo de nada, ele realmente é meu amigo.

Levantei da cama e comecei a andar pelo apartamento. Fui em direção à cozinha e ela me seguia.

- Ah, que belo amigo você é!

- Sou mesmo! E vou continuar sendo, por que você não vai dizer porra nenhuma!

- Ah não vou? Você vai ver se não vou!

Virei para desviar do primeiro tapa, o segundo eu consegui segurar a tempo. Empurrei ela na parede e deu o maior beijo sem vontade do mundo. Alguma coisa eu tinha que fazer pra ela calar a maldita boca.

Sem soltar seus pulsos e ofegante do esforço repentino eu sussurrei baixinho.

- Eu não te quero.

Ou ela não ouviu ou fingiu não ouvir, pois não houve nenhum tipo de reação.
Me beijou de novo e dessa vez nem me dei ao trabalho de retribuir.


- EU NÃO QUERO VOCÊ.

Ela olhou pra baixo e eu soltei seus pulsos.
Respirei fundo e disse pela terceira vez.

- Você quer o que então?

- Quero continuar sem que ele saiba de nada, quero manter meu amigo e você faz o que quiser. Só não envolva meu nome. Pode contar que ta dando pro mundo todo, menos pra mim!

- Você é ridículo!

Enquanto andava de forma rápida e bruta em direção a porta.
Não acho que ela esperava que eu fosse correr atrás dela ou segura-la.

Parado no batente da porta olhando ela esperar o elevador dei o sorriso mais abrangeste que eu poderia conseguir numa hora daquelas.

- Eu te ligo.

Ela não se virou, apenas franziu os lábios pra dentro e abriu a porta do elevador.

- Qualquer hora dessas, eu vou acabar com essa história e você vai me implorar pra vim te ver.

Ela sempre volta.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Fuel for my fire

vc soh quer mais um pedaço, só pra dizer que não teve prejuizo.

vc sabe, que assim como vc, todo mundo quer ser apenas uma putinha.

Quer ganhar mais do que gastou.

quer fugir dessa maldita realidade e se entregar a qualquer outra mais acolhedora.

é por isso que vc sua drogas nao é?

pq a maldita da realidade eh demasiadamente sem graça, é muito difícil de suportar.

vc sabe que a droga mais forte de todas é a própria realidade, não sabe?

Eu tmb quero machucar alguém, podíamos fazer isso juntos.

Vamos combinar uma noite qualquer para nos arrependermos depois, que tal?

Vc sabe que eu jamais faria mal á vc, você tem rosto pra mim.

Nunca se deve ferir alguem com rosto.


Rostos podem te assombar e meu, vc não quer ninguem te assombando.

è como sexo, vc tem q fazer coisas que não vão ficar te martelando, pq elas podem crescer e se tornarem vícios.

Sexo e vergonha não combinam. Simplesmente não cabem juntos, fazem tudo parecer tão velho.

Acho que é isso que separa a gente dos malucos, os malucos podem machucar qualquer coisa, nós não.

Apenas coisas, né? Isso, apenas coisas.


Vc tem q escolher que tipo de vida quer viver, mesmo que não seja no limite de nada.

Claro que as opções são limitadas.


Porra, eu preciso de mais um trago, só mais um, é o último... Até eu esquecer que prometi isso.


Lembrando que eu nunca prometi nada e vc sabe muito bem disso. vc ta nessa pq vc quer...

Tudo que vc faz com vc, vc faz pq vc quer.


Tirando um raio cair do céu ou um piano desabar na sua cabeça, vc controla tudo, mesmo quando culpa os outros.

è o que eu digo pras garotas que começam nessa vida,

vc para sempre que prometer e começa sempre que não se lembrar, ou que não se importar em lembrar.


Pronto falei demais. Agora é sua vez. Respire fundo, porque vc vai precisar.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Subway to your world

O chão começa a desgrudar dele mesmo. As paredes, os objetos e os movimentos são tragados pelo vento.

Tudo vai em direção ao nada.

Vejo as pessoas se quebrando em pedaços e indo embora como grãos de areia... Não consigo nem marcar seus rostos, lembrar de suas aparências.

Fico esperando a minha vez de ser levado, mas nada acontece.

Conforme caminho, tudo ao meu redor vai estilhaçando e desaparecendo.

Vou andando e destruindo, juntando alguns poucos grãos que batem em mim e ficam grudados, incomodando.

Cada passo destrói um pedaço do concreto e faz o vento aumentar sua fúria.

Respiro. Sinto o ar dos meus pulmões juntando-se ao infinito quando solto com um pouco mais de força.


As vezes quero guardar alguns dos pedaços pra mim, tento segura-los com toda minha força e quando abro a palma da mão o clichê da vida os leva embora.

Quero ser tragado junto, não sou o culpado desse caos todo.

Faço força para que alguns pedaços de mim sejam levados embora, quando eu quero muito eu consigo fazer eles sumirem junto com tudo.

Só que eu consigo traze-los de volta também.


Tudo fica confuso e volta voando pra dentro de mim.

O chão nunca sai do lugar, as paredes vão ficando mais velhas sem que ninguém perceba e as vezes eu até consigo ver as pessoas sugando parte de mim, mas assim como eu, elas nunca se lembram do que vão destruindo pelo caminho.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

The other

Ser o outro não era o problema, nem mesmo o medo de ser descoberto ou as aflições de ser privado de qualquer mudança de planos.
Ser o outro era uma libertação e uma expêriencia diferente todas as vezes. Eu tentava medi-las para entender como elas conseguiam fazer aquilo, mas eu nunca estava 100%, algumas partes de mim sempre estavam ausente, meio que entorpecidas ou desgastadas pelo que eue stava afzendo, de novo.
No começo era uma maneira de me proteger e ainda aprender algo mais extremo ou desafiador, tentava afirmar que era eu que estava controlando aquilo, que aquela mulehr não faria isso com qualquer um, ela estava lá por que eu tinha feito isso acontecer.
O será ecoava pela minha mente todas as vezes. Será, será , será?
Eu era o único que ouvia as verdades, que elas podiam contar qualquer coisa e fingir que se divertiam com elas.
Na verdade, todas aquelas verdades faziam parte de uma grande mentira, e todos nós estavamos vivendo apenas uma mentira social. Era como se eu fosse um amigou ou um psicologo, estava lá para que elas fossem honestas por algum tempo, já que se prender na mentira parecia a única opção.
Em todos meus julgamentos e todas vezes que tentei entender eu nunca consegui. Mas ao mesmo tempo que eu as admirava pela coragem e pelo despreendimento, às encarava como pessoas baixas e sem controle, era um misto de emoções distintas que faziam um coquitel viciante.
Após tanto tempo, não sei mais dizer aonde termina a mentira e começa a verdade, o que acontece é que agora todas elas parecem iguais. Cada uma delas parece estar tão perdida quanto a outra.