segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cores reais

Era como acordar em um novo mundo, no qual só havia ela, brilhando em tons vivos e desconhecidos.

Ela iluminava seus olhos quando ele os abria ao amanhecer e também era sua última lembrança ao se deitar.

Pelas ruas via luzes brilhando e se espalhando por todos os cantos, era como se lembrar de seus cabelos explodindo em milhares de luzes e cores, em mechas douradas misturadas em tantas cores novas e diferentes a cada nova olhada.

Eram justamente essas mesmas cores que o hipnotizavam, mas haviam trazido-o à razão. Elas estavam sempre mudando e continuavam sempre as mesmas. Todos os dias eram diferentes, mas ele sempre sabia o que esperar delas.

Com os olhos fechados, ele conseguia sentir o cheiro de cada uma dessas cores, conseguia sentir elas quentes e vibrantes. Ela irradiava cores que desciam tão macias por seu pescoço e derretiam vermelhamente em seus lábios, bombardeando-o com uma luz invisível que ele nunca imaginou que pudesse existir.

Sentia calor, não importava o quão frio fizesse lá fora. Não tinha medo, possuía apenas um sorriso alimentado por toques e beijos, por palavras sussurradas e calafrios na barriga.

Ela era a deusa desse mundo colorido, desse calor com cheiro de amor e até das lagrimas com gosto de alivio.

O sol agora brilhava diferente também, todos os dias com ela eram mundos diferentes, imaginários, mas completamente reais. Até no escuro, com seu corpo encostado ao dela a sensação de realidade era uma certeza.

Queria viver naquele mundo pra sempre, respirando as cores e cheiros, experimentando novos sons, toques e beijos. Eram reais e ultrapassavam o desejo.

Um novo mundo, que parecia exatamente como outro qualquer. Daqueles que você não sabe como chegou lá, apenas quer viver dentro dele e pra trás nunca mais olhar. Era um mundo que eu podia chamar de meu, que embora eu não o tenha desenhado, era exatamente do jeito que eu sempre quis.