segunda-feira, 19 de abril de 2010

I hate you more than you think

Fiquei acordado, fingindo que dormia até ela ir embora.

Eu não podia suportar mais nenhum tipo de conversa ou podia até ser pior, ela podia querer passar a noite toda aqui.

Mas acho que ela sabe o quanto dura a minha vontade de tê-la presente.

Ela andava pelo quarto, procurando suas roupas e eu me sentia observado.

Era difícil manter os olhos fechados, eles estavam leves como plumas. Eu aposto que ela conseguia vê-lo se mexendo por baixo das pálpebras.

Estava escuro, mas não o suficiente para que eu pudesse sentir-me escondido pela falta de luz.

Ela terminou de se vestir e sentou no canto da cama. Eu queria tanto que ela sumisse, que me deixasse em paz até a próxima vez.

Antes de se levantar ela hesitou e eu abri um pouco os olhos, o suficiente para ser descoberto.

- Você está acordado?

- Mais ou menos.

- Eu preciso falar com você.

- Agora não, por favor.

- Até quando vamos continuar fazendo isso, sem nunca conversar. Precisamos definir algumas regras?

Ah meu deus! Como eu não precisava de uma conversa daquelas. Precisava urgentemente pensar em algo para me esquivar, mas não consegui pensar em nada.


- Nós não podemos ficar juntos e você sabe disso.

- Eu vou contar pra ele e ficarei livre.

- Contar pra ele? Você tá maluca?

- Não vou contar por você, vou contar por mim.

- Ele nunca pode ficar sabendo de nada, ele realmente é meu amigo.

Levantei da cama e comecei a andar pelo apartamento. Fui em direção à cozinha e ela me seguia.

- Ah, que belo amigo você é!

- Sou mesmo! E vou continuar sendo, por que você não vai dizer porra nenhuma!

- Ah não vou? Você vai ver se não vou!

Virei para desviar do primeiro tapa, o segundo eu consegui segurar a tempo. Empurrei ela na parede e deu o maior beijo sem vontade do mundo. Alguma coisa eu tinha que fazer pra ela calar a maldita boca.

Sem soltar seus pulsos e ofegante do esforço repentino eu sussurrei baixinho.

- Eu não te quero.

Ou ela não ouviu ou fingiu não ouvir, pois não houve nenhum tipo de reação.
Me beijou de novo e dessa vez nem me dei ao trabalho de retribuir.


- EU NÃO QUERO VOCÊ.

Ela olhou pra baixo e eu soltei seus pulsos.
Respirei fundo e disse pela terceira vez.

- Você quer o que então?

- Quero continuar sem que ele saiba de nada, quero manter meu amigo e você faz o que quiser. Só não envolva meu nome. Pode contar que ta dando pro mundo todo, menos pra mim!

- Você é ridículo!

Enquanto andava de forma rápida e bruta em direção a porta.
Não acho que ela esperava que eu fosse correr atrás dela ou segura-la.

Parado no batente da porta olhando ela esperar o elevador dei o sorriso mais abrangeste que eu poderia conseguir numa hora daquelas.

- Eu te ligo.

Ela não se virou, apenas franziu os lábios pra dentro e abriu a porta do elevador.

- Qualquer hora dessas, eu vou acabar com essa história e você vai me implorar pra vim te ver.

Ela sempre volta.

4 comentários:

Lalá disse...

HAHAHAHAHA muito bom!!!

Lalá disse...

hahahahahaha adorei! muito bom!

Marina Wolff disse...

dialógos são bem mais cativantes
;D

cy (facebook) disse...

Talvez esse jogo de 'bate e assopra' ganhe mesmo nós mulheres! Adorei o dialogo também, bem mais divertido! rs

beijos