Sexta à noite.
Não sinto a falta.
Estou vivo, mas é isso, apenas estou vivo.
Tanto faz.
Só quero que o tempo passe sem mudar nada, não sinto nenhuma necessidade de mudar.
Houveram tantas e tantas vezes que eu desejei algo diferente, uma saída.
Mas não agora.
Todo mundo é ninguém.
As risadas foram ficando escassas e as vontades foram passando.
Primeiro foi a bebida, depois o sono. Agora é você.
Não sinto como se nenhum dos três fossem necessários.
É tão confuso, coisas que estiveram tão presentes na sua vida, agora parecerem que nunca existiram.
Ando pelo apartamento vazio para estica rum pouco as pernas, mas volto sempre para a varanda, consigo ver gente dali.
Mas sempre em uma ótima distancia para que eu não tenha que ter nenhum tipo de contato com elas.
Estou voltando ao normal, mas preciso que o tempo passe, preciso que ele me leve daqui na hora certa.
E ninguém pode ajudar agora, eu não quero ninguém e não sinto como se pudesse ter.
A preguiça pode ser disfarçada com tantas coisas e não estou mais preso a nada.
Não estou mal, apenas preciso que o tempo passe.
E quando passar, por favor, feche a porta.
Um comentário:
Merece um comentário, só pra deixar claro que eu me leio em certas coisas...
"Ando pelo apartamento vazio para esticar um pouco as pernas, mas volto sempre para a varanda, consigo ver gente dali.
Mas sempre em uma ótima distancia para que eu não tenha que ter nenhum tipo de contato com elas."
(Não tem forma melhor!)
Postar um comentário