segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O peso das manhãs

6:07 da manhã. Resolvo dar mais uma volta pela casa e respirar o ar estático do dia que ainda não terminou.

O sol já bate tímido e eu não consigo explicar porque ainda estou acordado.

Mais uma manhã que não irei aproveitar, talvez nem conhecer.

Pareço não pertencer à minha cama. Brigamos durante a noite, como dois estranhos que não vão um com a cara do outro, logo à primeira vista, sem nenhuma razão aparente.

Não importa quem se saia melhor, parece que eu sempre perco.

Algumas noites, ela não me dá nenhuma chance, simplesmente ela me avisa: Hoje você não vai ficar aqui, você pode tentar, mas eu vou te fazer sair daqui.

Em outras, piores, ela nem precisa se dar o trabalho, eu levanto sozinho.

Quando ela me aceita não é tão melhor. Acordo dolorido, judiado. Como se alguém tivesse passado a noite toda me incomodando.

É inacreditável o peso das manhãs, seja das noites mal dormidas, ou das madrugadas em claro que dão lugar ao som de um dia que parece não terminar nunca.

Não deveria ser assim. Se eu olhar bem vou ver que não tem nada de errado com essa cama, nem com nenhuma cama na qual eu não consegui dormir.

Parece mesmo, que nesse momento não tem nada de errado.

Então por que continuo sem ser bem vindo no lugar que eu espero o dia todo para estar?

Um comentário:

Cynthia disse...

comigo ocorre o contrario.
Minha cama é uma especie de namorado raro, da qual eu nunca quero deixar, e também nunca me deixa sair. Está dificil trabalhar no fim do ano com ela me chamando tao carinhosamente, como agora.
=/