sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Breathing the Rainbow

É claro que tinha muito pela frente. Lugares para ir e muitas coisas pra fazer.

Ainda viriam muitas lágrimas, medos e dias chuvosos. O céu na verdade ainda não parecia totalmente claro.

Iria duvidar de si muitas vezes e se achar a pessoa mais tola do mundo.

Acordaria cansada e dormiria não querendo acordar.

Bufaria de irritação muitas e muitas vezes e teria que engolir seco.

Ficaria triste acordada pensando no dia que havia ficado para trás ou nos problemas que começariam na manhã seguinte.

Teria dores de cabeça.

Olharia par ao relógio torcendo par ao tempo passar mais depressa e desejaria muito estar voltando para casa.

Sabia que aquela sensação não iria durar, mas que podia ser um começo de coisas boas.

É muito provável que teria batalhas duras pela frente e que talvez não se sentisse preparada. Que ligaria chorando para alguém querendo que tudo fosse mais fácil.

Voltaria frustrada, dirigindo muitas noites. E dirigiria de volta para os mesmos lugares que prometeria nunca mais voltar.

Diria tantos nuncas que perderia a conta e não tinha como saber quais cumpriria ou não.

Sentiria dor, fome, frio e vontade de superar tudo isso.

Teria medo de coisas que poderia acontecer ou coisas impossíveis.

Não sabia dizer se teria seu coração partido mais alguma vez, ou se já havia sido quebrado o numero de vezes que o destino havia escolhido para ela.

Carregaria o mundo em seus ombros combinando todas as preocupações possíveis e impossíveis e até as inexistentes.

Mas não naquela manhã. Naquela comum e sem graça, terça feira semi-nublada ela puxava o ar bem fundo e pela primeira vez, em muito tempo, respirava felicidade.

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