quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Black gives ways to blue :)

Eu afundo em um azul escuro. Denso como uma noite de tempestade.

Um sorriso tímido, enquanto tudo pra trás fica insignificante.

O tempo que gastei, as pessoas que estou esquecendo.

Fecho os olhos e levanto meu queixo, até sentir o céu me olhando.

É inevitável respirar bem fundo.

Afundo no ritmo de um música. Alguma que nunca havia escutando antes.

Por que não consigo lembrar de nada que eu fiz?

Quanto mais eu afundo, parece mais distante, parece mais inexistente.

Não chega nem a ser um sonho distante e sim alguma história que ouvi sem prestar atenção.

Na ponta dos dedos consigo sentir as estações mudando, mas no coração, não sinto nem uma leve brisa, nem uma unica gota de chuva.

Nem tudo deveria ser tão seco.

Vejo a cidade lá em baixo e parece que nunca estive lá, parece que esse quarto é tudo que existe.

A cidade lá, não parece ser a que eu moro, não parece ser a que quero morar.

Mesmo quando algum barulho, mesmo numa hora dessas, rasga o silêncio. Ele permanece.

Quando olho muito para ela, a cidade me chama. Ela quer que eu a conheça.


Mas não consigo ver o porque.

Da janela até a rua, parece que existem milhões de quilômetros, centenas de mundos e nenhum único conhecido no caminho.

Viro as costas pra janela e olho pro azul, agora mais escuro. Na solidão sim, parece que encontro alguma alma conhecida.

Um comentário:

Kelly Rufino disse...

Deep deep blue...

É essa a cor da solidão?
Se for pensar, combina mesmo.