quarta-feira, 16 de junho de 2010

Part V

Marcos usava uma jaqueta preta de alguma grife, ele usava bastante aquela jaqueta. Como sempre íamos a novos lugares e conhecia-mos novas pessoas, ela sempre parecia nova.

Eu costumava evitar os lugares que tinha que pagar para entrar, mas nunca falava isso pra ninguém, apenas tentava sugerir para o Marcos marcas as coisas em bares ou baladas não tão caras.

Nunca concordei em gastar muito dinheiro com isso, no fim das contas eu nem lembrava delas mesmo.

Era realmente difícil lembrar de detalhes das noites, dos lugares ou das pessoas. De vez em quando eu via alguém que já via visto antes e pensava, nossa esse aí deve ser pior que nós.

Mas numa cidade com 20 milhões de habitantes não é tão comum ver os mesmos rostos.

Um milhão de noites, iguais e diferentes. Um milhão de lugares para lembrar, todos com cheiro de música caótica e com gosto de beijos sem gosto. Eu sempre senti uma empolgação forçada, mas na noite não há espaço para tristeza, ninguém nunca perceberia.

Aquela sensação de que a próxima noite sempre seria melhor que a atual, me perseguia a cada vez que estamos no carro, eu sempre pensava: "Nossa, é hoje."

- Chegamos. - Disse Marcos.

Nem sempre era, quase sempre não era.

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