quinta-feira, 17 de junho de 2010

Part VII

Logo na entrada do bar eu já podia vê-las. Mas podia ver varias outras pessoas na mesa, eram pelo menos umas seis.

- Cara, você marcou o que com elas?
- Meu, só combinei de sair com as duas não sabia que elas iam chamar mais gente.

Eram 3 homens e 4 mulheres quando sentei na mesa, cumprimentei a todos com pouca vontade, um simples aceno, e sentei na mesa.

Olhei para cara de todos e precisava fazer algum comentário, qualquer um que fosse.

- Que sede, hein? Garçom!

Pronto, agora a peteca estava com eles.

Marcos sentou do lado da "sua", só que tinha um cara com a "minha" e eles pareciam bem próximos. Resolvi tentar ver o que era aquilo:

- Prazer, Gustavo. - Estendi a mão e o aperto do outro lado não era nem forte nem fraco, era meio desconfiado.

- Guilherme.

Mal olhei para as outras pessoas que estavam na mesa, eu queria entender o que era aquilo. Como ela combinava de sair conosco e chegava lá com o cara?

Eu não sabia o que perguntar ou o que fazer, teria que esperar o gelo ser quebrado do outro lado. Olhei para o Marcos e ele leu meu pensamento.

As bebidas chegaram e agora era a hora de Marcos tomar conta da mesa. Após os primeiros goles estávamos sempre ambientados e eu me manteria quieto enquanto ele abria caminho na conversa. Sempre foi assim.

A tal da Renata nem me olhou direito, parecia que tinha algo errado com a minha cara.

Marcos foi falando e o povo começou a entrar na dele. À essa altura eu já havia cumprimentado o restante da mesa de forma apropriada e havia fingido que tinha escutado seus nomes.

Nessas horas, os bares com televisão são uma beleza, você bebe olha pra tv e fingi que está interessado na conversa mas distraido com algo, ninguém nem liga. As velhas risadas, as mesmas histórias que ele sempre contava e sempre funcionavam, fossem pra uma ou pra dez pessoas. Os amigos não eram nossos, mas estávamos no centro das atenções como sempre.

Só que dessa vez eu não queria fazer isso, pelo contato dos dois na minha frente e pelo desconforto dela é óbvio que tem alguma coisa errada. Será que ela não sabia que nós viríamos.

Levantei para ir ao banheiro e ela veio atrás de mim, como se não me conhecesse me olhou de forma esquisita e foi isso, não tive nem vontade de puxar alguma conversa.

E a noite foi um desastre enquanto meu dinheiro ia embora em bebidas que eu deveria guardar para uma noite que fosse valer a pena mesmo.

Mas nunca valia.

Esperei a menina que estava com o Marcos ir ao banheiro e fui atrás dela, ninguém nunca desconfia de banheiros e bêbados, não sabia seu nome:

- Nossa o Marcos não para né.

- Ah, ele é sempre engraçadão mesmo, por isso me divirto com ele. Mas sua amiga não está se divertindo muito hoje.

- Quem, a Rê?

- É.

- Ah, ela e o namorado estão meio brigados, nem sei o que eles fazem aqui.

- Ah...

Namorado! Tava na cara, mas o que ela veio fazer aqui com o cara. Não que eu ligasse pra alguma coisa, mas particularmente não tinha muito respeito por traição e nem por traidores.

Só queria ir embora, um completo desastre de noite e um desperdício de tempo e dinheiro. Acontece.

Quando entramos no carro a primeira coisa que eu disse:

- Que piranha! Tem namorado e ontem estava no motel com a gente, agora fica com essa cara de santo na frente de todos como pode?

- É Gu, você sabe como é.

Na verdade eu não sabia...

Nenhum comentário: