O rádio não funciona direito, então é melhor mante-lo desligado.
Difícil encarar o silêncio e o barulho do motor do carro não ajuda em nada.
Com os vidros fechados, é quase como estar parado em uma sala de espera.
Dirigindo em inércia, o caminho percorrido de forma automática.
Os olhos na estrada, sem registrar nada, apenas vendo o avanço iresponsável enquanto o carro acelerada.
Os rostos projetados e as palavras inventadas.
A cabeça um pouco confusa, enquanto os olhos percebem o quanto do caminho já foi percorrido, sem que nada fosse pensado.
Os pulmões se enchem e ar. Os olhos se fecham. O pé pisa um pouco mais fundo.
A coragem dá a mão para a angustia e o carro vai mais rápido ainda.
Os olhos se abrem enquanto o pulmão volta a puxar mais um pouco de ar, o máximo possível.
O carro agora voa levando consigo uma placa de madeira.
Os olhos se fecham com força, decididos.
Enquanto o rio abraça o carro que mergulha em seus braços, deixo o ar sair pela última vez.
Um comentário:
desespero...
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