segunda-feira, 17 de maio de 2010

Part III

O celular dela tocou e eu dizia para ela ignorar.

"Não posso. É a minha mãe"

Tocava novamente. Ela encostada na parede, Marcos e sua amiga na cama. Não que eu conseguisse enxergar alguma coisa que não fossem vultos.

Ela atendeu.

"Precisamos ir embora. Não avisei onde eu ia e ela está maluca! Me leva embora por favor."

Não sei dizer por que, mas eu sempre fico inseguro nessas horas, não sei se sou o tipo que brinca com perigo. Devo ser apenas o tipo que depois fica pensando o que deveria ter dito e feito, pensando por que será que não pensei nisso naquela hora?

Meio assustado e sem enxergar muita coisa fui até a cama que Marcos e a menina estavam, por que será que eu não havia ficado com o melhor lugar, não sei quem fez a escolha.

"Cara temos que ir embora."

"Por quê?"

"A mãe da menina está ligando, gritando sei lá, pra ela ir pra casa"

"E dai?"

"E dai, que estamos com duas menores no motel, com a mãe de uma delas procurando a filha ou querendo a filha em casa, pra dar merda aqui não falta nada."

Eu sendo fraco de novo.

"Ta bom, ta bom. Vamos sair daqui."

Fomos embora e deixamos elas em casa, com direito a beijo falso de tchau e tudo mais.
Eu nem sabia o que eu queria, se estava aliviado dela ter ido embora ou se queria ter levado isso a diante.


Marcos nem estava bravo comigo, ele sabia que eu sempre tinha juizo na hora que o juizo estava bem longe, acho que essa era a minha parte na dupla.


"Ei Marcos, qual era mesmo o nome dela?"

"Da minha ou da sua?"

"Da minha."

"Renata."


Hum, Renata? Sempre gostei desse nome.

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