domingo, 2 de agosto de 2009

Grito silencioso.

(Não faz parte do livro, se for comentar deixe seu contato, obrigado.)

Junto com meu cabelo, foi-se o que eu mais amava na vida.
Aquela sensação do vento me levando junto com ele. Que eu não consigo sentir agora que ele se vai.
Eu era imortal e aqueles momentos pareciam durar pra sempre.
Eu imaginava como meu futuro seria e não havia motivo apra olhar para traz.

Meu cabelo se vai, junto com meus sonhos e com o que eu imaginava que seria.
Enquanto ele cai, eu sei. Estou morrendo.


Eu não junto os fios, ou fico pensando neles enquanto eles se vão, mas parece que eles me procuram. Eles fazem questão de mostrar que estão indo embora, e quando não são eles, é o espelho.

De uma forma ou de outra, toda hora tem algo para me fazer lembrar e lamentar o que já se foi.
Tenho saudade de algo que não sou mais e que provável nunca vou ser e meus erros irão me assombrar até os últimos dias.

Não consigo viver mais durante nenhuma noite, enquanto o mundo lá fora dorme em silêncio, minha cabeça faz um barulho ensurdecedor, meus pensamentos brigam entre si, minhas memórias mudam conforme a minha vontade, tento mudá-las para que os erros não se repitam.

Queria que tanta coisa não tivesse acontecido, queria ter sido melhor para ter percebido. Mas não pude, não consegui. E agora tudo aprece uma estupidez enorme.
Como eu deixei acontecer e não vi o tempo passar, ao ponto deu estar aqui, completamente esvaziado de quem eu já fui um dia.

Não aguento o barulho aqui dentro de mim, quero que algo mude então abro a janela e tento escutar o mundo. O vento entra e novamente eu lembro.

Não sou mais a mesma pessoa, e agora ao invés dele se juntar à mim ele apenas passa indiferente, como se eu fosse um mero desconhecido.

Eu sei que não vou conseguir dormir nas próximas horas e que o silêncio trará todos os barulhos do mundo de volta. Então eu preciso fazer algo que eu não vá me arrepender depois...

5 comentários:

Gabi disse...

Sempre soube que as pessoas usam o cabelo para coisas estranhas, como se o cabelo fosse um 'amuleto', algo que trás confiança, coisas muito além do que parece. Mais dai a ser uma camuflagem, eu não sabia!rs

Não há nada melhor do que colocar a cabeça pra fora da janela do carro e parecer aqueles cachorros baboes, sentindo o vento bagunçar o cabelo, ou falar na frente do ventilador pra fica com a voz estranha e se sentir em um clipe das pussycat dolls! rs

Desculpe, hoje estou tão alegre que chega a ser infantil, uma alegria de pobre que dá medo, sinal que já já tudo muda!

Mais, estou pronta pra mudanças!

Beijos Escritor
(o contato eu já deixei no outro post!)

Falando de tudo um pouco disse...

Humm...
Talvez alguem q nao estava pronto para partir...
pois colou tudo o q queria no amanha...
E q assim como seu cabelo, logo ele estará tbm indo embora...
Totalmente mal resolvido.
E o vento o lembra da liberdade, q ele supostamente acha q nao mais a possui, pois seu destino está definido.
isso q me passou...
Beijo renan.

Marina Wolff disse...

Acho que esse texto não é bem sobre cabelo, e sim sobre perder algo, perder parte de você, parte que talvez parecesse inútil ou substituível e depois perceber que apesar de tudo, ela estava ali por algum motivo, e perder sempre signifcará perder. É difícil sentir o vázio percorrer por nós, sentir aquela sensação de "oco", e saber que tinha algo ali, porém não conseguir alcançar mais o sentimento, as sensações e até mesmo as lembranças.

(o contato eu já deixei no outro post!)[2]

Unknown disse...

esse eh o depoimento de alg em tratamento d quimioterapia? auhuhau

Paula m. disse...

''Tenho saudade de algo que não sou mais e que provável nunca vou ser e meus erros irão me assombrar até os últimos dias. ''

Achei tudo muito bom, apenas acho que‘talvez’ este trecho esteja um pouco confuso.