
Seu coração palpitava e ameaçava sair pela boca.
Rodeada por um quarto que não era seu, segurando um objeto que não lhe pertencia.
Tentava pensar como escaparia dali, o que deveria fazer.
Devagar, os sentidos iam voltando e ela começava a perceber o próprio corpo.
A desta doendo devido alguma batida que levará, mas não conseguia lembrar-se.
E um arranhão embaixo do olho direito, colocou os dedos para sentir se estava sangrando.
Não estava.
Ainda respirava com dificuldade, quando se deu conta do que tinha acabo de fazer.
A poça vermelha começava do lado da cama e escorria até o centro do quarto.
O vermelho era forte e continuava se espalhando.
No centro da poça, com os cabelos loiros pintados de sangue o corpo de Bia jazia de bruços com os braços abertos.
Ela caiu sem reação e até agora não havia feito nenhum movimento, nenhum.
Renata olhou para o abajur que estava segurando e começou a tremer.
- Mas que merda! - Sussurrou.
Lembrou-se que estava sozinha e gritou jogando a abajur contra a parede.
- Mas que merda!!!
Tentando pensar o que ela deveria fazer, o que diabos ela deveria fazer!
Olhou a sua volta e viu as gotas de sangue respingadas na parede, os porta retratos caídos no chão devido a luta que ocorrera e também uma toalha vermelha pendurada na porta.
Pegou a toalha e limpou o abajur, limpou o rosto da menina caida. No que mais teria encostado? Não conseguia lembrar.
De joelhos se arrastou por todo o quarto, limpando tudo que pudesse ter esbarrado e deixado alguma digital, numa mistura de choro com raiva.
Era tarde demais pra concertar alguma coisa. Pensou.
Pegou uma sacola plástica na sozinha, colocou a toalha e o abajur dentro dela e partiu.
Sumiu noite a fora, mas algo de dentro dela havia ficado naquele quarto e escorria pelo carpete.
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